terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Dias

Fui na minha sessão com a psi ontem, e como já era totalmente esperado, ela me "convenceu" a não me matar. Tivemos todas aquelas conversas sobre as possibilidades, sobre como o sofrimento não era pra sempre e que as pessoas se importam. Mas também foi lá que percebi o quão sozinha eu estou no mundo. Nenhum dos meus amigos estavam na cidade até ontem. Nenhum deles pode realmente me acolher.
Ah sim, eu esqueci de menciona o plano da minha mãe pra me mandar embora de casa, pra ver se eu "tomo jeito", pra se livrar logo de mim. Então eu já comecei a pensar se eu teria pra onde ir... desempregada, despejada. E o resultado foi que não, eu realmente não tenho pra onde ir.
Bem, ontem meu pai veio falar comigo. Acho que minha mãe convenceu ele a não ser tão agressivo como ele normalmente seria. Ele disse que estava preocupado, que eu não falava o que tinha de errado comigo e por isso ele não sabia como ajudar. De alguma maneira ele conseguiu se comunicar sem ser extremante insensível e prejudicial. Mesmo assim eu acabei tendo uma crise de ansiedade. Eu já não comia há 24h, então cheguei muito perto de desmaiar. Me senti muito mal por colocar tanta responsabilidade nas costas dele, afinal, ele também tem que cuidar da minha mãe agora. Só que ao mesmo tempo, eu ainda lembro das palavras dele. Por mais que ele tenha sido doce ontem, eu ainda lembro o que ele realmente pensa de mim. Eu ainda consigo sentir a raiva nas palavras dele enquanto ele desabafava a decepção que eu sou na vida dele.
Enfim, eu vou tentar aguentar mais um pouco. Entregar currículos, me manter afastada de armas e janelas em prédios altos, embora a vontade de morrer não tenha ido embora ainda.
Amanhã vou pra casa da C., passar uns dias lá. Ainda não sei se vou passar a virada do ano com eles. Afinal, eles tem família e alegria... e eu... bem, eu. Então é bem possível que eu não postar nada aqui por esses dias.

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